quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O rosto dos poemas

Poemas, sempre de alguém
Um amigo, um desejo, uma amante
Rostos dos dias, amados a partir do Natal
E nesse olhar singular pela vida, ser amado e ter amigos
Ainda que com muito trabalho venha a dar o dom poético.
Poeta das formas estilhaçadas,
Um navegante que volta, rodando sempre na forma do poema
Para que viva num rosto vibrante, a dádiva sem vate
Que entre seres iguais se dá e recebe, uns nos outros.
Sem Deus ou pátria, a mediocridade de alguns
Sem certezas ou musas, sem as peias do sublime
Aos poemas basta a beleza, a terrena banalidade
Aqui e agora, a luta que se bate pela vida
Fazendo que seja clara a luz, na obscuridade
Fazendo que se vença na expressão, o medo do dizer
Fazendo que seja um rosto, que se vive na essência do poema.

(Miguel Almeida)

Nenhum comentário:

Postar um comentário